Em um mundo complexo, as interações sociais e profissionais podem ser desafiadoras. Ainda mais se considerarmos o constante entrelaçamento com as dinâmicas sociais. Infelizmente, nem todas essas interações são positivas. Já se deparou com situações de hostilidade, preconceito e comportamentos passivo-agressivos? Eu também já passei por isso.
É importante entender que algumas dessas atitudes são reflexos de microagressões, um conceito ainda pouco discutido, com muitos comportamentos velados, mas que desempenha um papel crucial na perpetuação de estereótipos e desigualdades. Neste artigo, vamos mergulhar nas sutilezas e nos impactos dessas microagressões, trazendo exemplos concretos para que possamos refletir sobre nossas próprias ações e, assim, contribuir para um ambiente mais respeitoso, inclusivo e saudável.”
Caso não esteja familiarizado com o termo, microagressões são comportamentos verbalizados ou não, em geral voltados contra pessoas de grupos minoritários e que exploram os estereótipos sociais sobre imagem, competência e adequação, a partir de um padrão majoritário estabelecido a partir de quem detém o domínio dentro do ambiente.
Na sociedade, temos facilidade em detectar que em geral, são frases, olhares, cochichos e outros comportamentos que reforçam padrões masculinos, brancos, cis, hétero, magros, sem deficiências, neurotípico, entre outras características. Qualquer indivíduo fora desse “padrão”, é colocado como objeto de chacota, menosprezado, depreciado e por fim excluído da convivência saudável com os demais.
O mais grave dessas situações é a falta de empatia no gerenciamento da intolerância sofrida por essas pessoas, reforçando traumas e estigmas em geral já trazidos de experiências anteriores. Apelidar, fazer piadas sobre quesitos da individualidade pessoal, abuso de poder e desprezo pelos sentimentos dessas pessoas são formas em que as microagressões se apresentam.
Vejamos os tipos de microagressões mais comuns: microataques, microinsultos e microinvalidações
Microataques
Microataques são formas explícitas de derrogação racial. O ataque é proferido verbalmente ou não verbalmente com o intuito de ferir a vítima, através de xingamentos, comportamentos de esquiva ou ações discriminatórias aferidas de forma proposital. Usar apelidos com base em raça ou características hereditárias, desencorajar interações raciais, servir deliberadamente um patrono branco antes de um negro, atribuir certo grau de inteligência baseando-se na raça do indivíduo, tratar outra pessoa como inferior, assumir que um indivíduo é um criminoso ou anormal por conta de sua raça são exemplos de microataques.
Microinsultos
Microinsultos são afrontas sutis, muitas vezes desconhecidas pelo agressor. São caracterizados por comunicações que transmitem indelicadeza e insensibilidade e menosprezam a herança racial ou a identidade de uma pessoa. Supor que alguém chegou a determinada posição na empresa por meio de política afirmativa ou de favores sexuais; atribuir grau de capacidade ou inteligência a alguém em razão de sua etnia, gênero, idade; prestar um serviço inferior baseado em preconceitos; supor honestidade ou criminalizar alguém com base em um grupo de identidade; questionar suas formas de expressão como timidez ou forma de se vestir são formas de insultar alguém em uma microesfera social ou corporativa.
Microinvalidações
São geralmente inconscientes, e visam excluir, negar ou mesmo anular as realidades raciais ou culturais dos grupos-alvo.
Alguns exemplos bastante típicos:
- discriminação de estrangeiros com comentários sobre traços físicos ou da facilidade ou dificuldade com o idioma local, levando-os a sentirem não pertencentes àquela comunidade;
- color blindness ou etnocentrismo, que são a anulação e apagamento das dificuldades vividas por pessoas de etnias historicamente discriminadas, bem como a apropriação de caracteres dessa cultura de maneira a diminuir a representatividade da identidade individual reforçam algo que a psicologia já deu nome: trauma histórico;
- por último, mas não menos comum, o mito da meritocracia desconsidera os entraves materiais e emocionais enfrentados por pessoas de categorias minoritárias ao dizer que tudo se resolve com esforço pessoal, ignorando que privilégios existem e que nem todos têm a mesma disponibilidade de acesso a oportunidades, tendo comumente os caminhos ainda mais bloqueados por comportamentos discriminatórios como os citados neste texto.
Consequências
Intencionais ou não, são muito reforçadas por estereótipos transmitidos socialmente através de gerações e replicadas sem reflexão sobre suas consequências e muitas vezes com intuito de agredir e depreciar a pessoa agredida. Podem causar imenso impacto emocional em quem as recebe, enquanto o agressor costuma esconder-se no anonimato.
A falta de cultura de acolhimento piora a situação ao deixar a vítima sozinha e não parar a violência. O entendimento de que reclamar desses comportamentos é mimimi, chatice, ou politicamente correto mina as relações e mantém o ambiente tóxico onde a sobrevivência é baseada em adoecimento mental e por consequência afastamentos, absenteísmo ou um pedido de demissão, que pode ou não ser acompanhado de um processo trabalhista por assédio moral.
Contudo, sabemos que o ajuizamento de ação causa ainda mais sofrimento ao fazer com que o agredido reviva os momentos de tensão. São acontecimentos reiterados que a pessoa leva para a vida, pois raramente conseguirá provar o terror psicológico a que é submetido diuturnamente.
Dessa forma, a prevenção por meio da educação é uma política organizacional que tende a tornar o ambiente mais saudável e tolerante. Coibir comportamentos tóxicos ajuda a garantir a diversidade e segurança de todos os profissionais, selecionando pessoas mais alinhadas com valores de evolução para a empresa.
Novo tempo, nova visão
Foi-se o tempo que certos profissionais tinham carta branca para maltratar sob o pretexto de que suas entregas estavam acima do esperado. Hoje já se sabe que manter empregados assediadores é uma política institucional que não se sustenta.
Se você é a pessoa que ainda acha tranquilo fazer piada de outras pessoas, talvez seja hora de você evoluir para esse novo mundo onde as conexões humanas importam mais. Todos estamos em evolução.
Papéis ativos
Muitas vezes, tais manifestações ocorrem através de frases aparentemente inocentes, olhares impregnados de preconceitos e comportamentos evasivos, reforçando padrões estereotipados e excluindo aqueles que não se encaixam nos padrões ditos “normais”.
Para moldarmos um ambiente verdadeiramente responsável e inclusivo, o primeiro passo é tomar consciência. É essencial identificar e desenvolvermos a capacidade de reconhecer nossos próprios preconceitos arraigados.
O segundo passo é adotar uma postura reflexiva, buscando compreender o impacto que nossas palavras e ações podem causar aos outros. Através de uma escuta ativa e empática, podemos nos conectar de maneira humanizada à dor do outro e nos responsabilizarmos por nossa parte.
Finalmente, poderemos nos tornarmos aliados das pessoas vulnerabilizadas por essas microviolências auxiliando em atividades educativas e de conscientização de mais pessoas, promovendo um contágio positivo no ambiente e um consequente convívio mais amigável.
Promovendo alianças em vez de segregação, podemos moldar um novo tempo, uma nova visão, onde as conexões humanas e o respeito mútuo são as bases para uma convivência saudável e enriquecedora para todos os envolvidos e envolvidas.
Acolhimento
E, se você percebe que está em um local que ainda tolera a intolerância, busque modificar seu ambiente, mesmo que isso implique sair desse local. Se não há espaço para melhoria, entenda que é uma escolha gerencial manter um ambiente violento. Isso não tem a ver com você e você merece algo melhor.
Saiba que conosco você tem um espaço seguro para promover seus estudos e superar as consequências emocionais de tratamentos tóxicos que tenha recebido em qualquer lugar. Nós sentimos muito que tenha sido tão difícil e queremos te dar a mão para seguir adiante.
Eu mesma já estive em muitos lugares onde as microagressões eram comuns. Hoje, escrevendo este texto, percebi o quanto eu me aprofundei nos estudos sobre saúde emocional, seja com cursos, livros e mesmo no meu TCC da graduação em Direito, onde escrevi sobre assédio moral organizacional e concluí que o assédio moral interpessoal é consequência de escolhas corporativas.
Hoje, após cerca de 10 anos estudando o tema para entender o que acontecia comigo e sair desses ambientes, estou preparada para ajudar mais pessoas a encontrarem força e novos caminhos além das dores emocionais.
Estamos juntos e juntas
Independente de quem você é ou do ambiente em que está inserido – saudável ou tóxico – sempre há espaço para crescimento e evolução. Aqui na CTA, estamos focados em realçar as real skills, que são a harmonização perfeita entre habilidades técnicas e pessoais.
Acompanhe nossas publicações para desbravar novas oportunidades de cursos e mentorias, impulsionando suas habilidades e alçando sua carreira a novos patamares. Desperte todo o seu potencial e embarque nessa jornada de autodescoberta, capacitando-se para um futuro repleto de conquistas e sucesso. O primeiro passo começa agora!”
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